03/01/11

Coisas sem importância



Hoje fui-me aviar à “Comprativa” e as funcionárias desejaram-me um “bom ano”. A seguir fui às bombas da Galp meter gasolina e a funcionária desejou-me um “bom ano”. Depois, ainda na avenida, passei pelo banco e pela farmácia, e os respectivos funcionários também me desejaram um “bom ano”. Antes de ir para casa ainda passei nas Finanças, para pedir uma certidão, e fui novamente brindado com os desejos de um “bom ano”.
Por fim, cheguei a casa, carregado de votos de um “bom ano” e de uma valente enxaqueca, abri a carteira e confirmei que pouco sobrava. Passei os olhos pelo jornal do dia e, como habitualmente, só vi desgraças. Liguei a televisão para ver as notícias e senti-me desfalecer. A custo, alcancei do frigorífico uma garrafa de espumoso, esquecida do reveillon de 2004, abri-a e desejei ao meu Piruças um “bom ano”. O cão ladrou-me desconfiado e correu para o patim, ignorando o meu voto e o meu estado pré-comatoso. O espumoso não tinha gás e sabia a velho. C’uma porra, afinal de contas para que é que contamos os anos? Para renovarmos a esperança ou para nos auto-flagelarmos?
Há dias em que um gajo mais valia balir...


5 comentários:

  1. Faz muito bem o 'Piruças' que não conta os anos...
    Cá por mim também já decidi (e fi-lo este ano pela primeira vez de forma mais categórica!) vou deixar de festejar as passagens de ano! Fartei-me!... Os anos teimam em envelhecer demasiado depressa e, mal nos descuidamos, já estamos com outro ano em cima do pelo!
    Envelhecer, envelheço... mas não vou nos foles das comemorações. Decididamente não tenho feitio para o masoquismo!

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  2. O título não engana, são mesmo coisas sem importância. Até poderia ser o título do blogg, ou então "Muita Parra e Pouca Uva".

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  3. Estranho seria se toda a gente gostasse do que penso e escrevo. É a vida...

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  4. Havia aquela "estória". Se os meus inimigos estão a dizer bem de mim. Alto lá! Que mal é que tu fizeste?

    Já agora ( é mais um ) Bom ano!

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  5. Ó Relaxoterapeuta, e eu a pensar que era o único que não gostava de ti, eh, eh, eh...

    Abraço.

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