07/01/11

Micro-deuses





Deus quer, o Editorialista sonha, a obra nasce

Não, não é um dos lendários caderninhos Moleskine de um renomado vulto do pensamento ou das artes, mas tão-somente uma agenda Condor, baratuxa, de um aprendiz de feiticeiro que tem uma fantasia: quando for grande quer experimentar uma carreira nessa coisa da política. E já tem (boas) ideias, muitas (boas) ideias, aos magotes, como convém aliás a qualquer fala-barato com pinta de ideólogo equidistante e independente. Porém, o seu estado de hipnóide poder-lhe-á ser letal. Ou não. Ao ritmo a que os estados de alma se sucedem talvez ainda consiga convencer o esfalfado e desnorteado (e "inócuo") maire a levar por diante um dos mais extraordinários eventos que a humanidade ousou alguma vez sequer imaginar, só para fazer esquecer a desgraça da bienal dos artistas & companhia. «E que tal, se a par da “Semana dos Moldes”, organizássemos a “Semana do Riso”?». Quem sabe se não estará aqui a oportunidade de Colombo para dar projecção à cidade e uma saraivada no moribundo vidro, entronizando-a como a “Capital do Riso”, quem sabe…
Lá bons artistas da comédia, temos com fartura. Lá isso temos.


3 comentários:

  1. Caro Relaxoterapeuta.
    Ao lê-lo, depois de ter lido o único órgão de comunicação social escrita do Concelho, o Diário de Notícias e de ter passado os olhos pelas notícias de todos os canais de televisão, subscrevo a ideia de que o "riso", resultado lógico do anedotório local e nacional, é o Xanax de que precisamos para não entrarmos em estado de profunda depressão.
    Apesar de tudo, nem o "inócuo" maire, nem os espectáculos culturais, tipo Malucos do Riso, que poderiam pôr a Marinha com o estatuto de se poder candidatar a Capital da Cultura, sobrelevam sobre a Comédia Nacional do BPN e do Sr. Silva.
    Esforçam-se alguns, para além dele próprio, para apresentar o Sr. Silva como um cidadão impoluto, acima de qualquer suspeita, pairando no Olimpo dos deuses sérios e imaculados.
    O que se passou, no universo BPN/SLN, criado por uma clic Cavaquista, que no seu consulado ocupou altos cargos na hierarquia do Estado, infelizmente para todos nós, é uma vergonha e coloca os holofotes da opinião pública focados neste grupo de notáveis mafiosos, que nos vão obrigar a pagar milhares de milhões para cobrir os roubos que fizeram no BPN.
    Bem pode Marques Mendes dizer que os 2,40€ que o BPN pagou ao Sr. Silva até foram menos que os praticados noutros contratos. Esqueceu-se foi de dizer que, em Março de 2001, a Assembleia Geral da SLN fixou o valor das acções em três lotes. Um, para o público em geral, a 2,25€. Outro, a 1,70€, para accionistas do Banco e um outro lote ficou reservado para Oliveira e Costa gerir e foi deste, sem qualquer fundamento que seja aceitável, que o Sr. Silva comprou as suas acções com as poupanças de uma vida, e a sua filha, mesmo com uma vida activa ainda curta, investiu ainda mais do que ele.
    No mínimo, considerando que a Revista Exame, em Março de 2001, na capa, já denunciava a existência de sinais preocupantes no BPN e que o próprio Sr. Silva era consultor do Banco de portugal, que mantinha o Banco sobre forte escrutínuo, teremos que concluir que ele teve acesso a informação privilegiada e que a operação, sendo ele um catedrático especialista em Finanças, que não tem dúvidas e raramente se engana, foi meticulosamente preparada para ser altamente rentável.
    Anda por aí, na nossa blogosfera caseira, um tal "Apartidário", admirador confesso desta figura, que não se cansa de o citar como o melhor primeiro Ministro.
    Daqui o aconselho a ler o DN de hoje, para constatar, que o período de maior aumento da despesa primária ocorreu nos 10 anos do Cavaquismo.
    Desculpe o espaço que ocupei do seu blog, mas hoje, sinceramente, não me apetece rir.

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  2. Ilmo Vinagrete,
    apenas três notas:
    1ª nota: "O seu a seu dono" - a ideia do espectáculo de riso não foi minha, obviamente; apenas satirizei quem pensa nestas coisas com a adequada profundidade...
    2ª nota: este espaço não é meu, é "nosso",de quem o queira partilhar comigo, pelo que o seu pedido de desculpas é desnecessário; escreva o que lhe aprover e quanto quiser, pois é com gosto que o leio;
    3ª nota: quanto ao Sr. Silva, no essencial estou de acordo consigo; até ao final da campanha faço questão de escrever umas coisinhas que ando aqui a matutar...

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  3. Caro Relaxoterapeuta

    Claro que a ideia "da capital do riso" não foi sua.
    Se há coisa que gosto de fazer é analisar à lupa os seus textos.
    No caso em apreço, nem a lupa foi precisa, porque já o tinha lido, noutro sítio, em letras gordas.
    Cumprimentos

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