06/02/13

Teste de Stress

 

La semaine dernière, enquanto no parlamento os deputados se entretinham a preparar a grelha de programas para o Canal Relvas, de novo apostada em reconquistar a lavoura, por cá a “velha guarda” escrevinhava (em jeito de…) conselhos a pataco para a “rapaziada” que tomou as dores de pôr em movimento um, movimento. Não é que o assunto não tivesse por onde discorrer, o problema é que a mão da “velha guarda” tremeu – vá-se lá saber porquê! – e o tiro de canhoeira tosca saiu mais de meia milha náutica ao lado. Mas a tragédia podia ter sido bem pior pois, não satisfeita, a “velha-guarda” virou a arma para si própria, inspeccionando de forma displicente o cano ainda fumegante. Felizmente estava descarregada e não causou mossa de maior, para além da cara mascarrada e dos colarinhos da camisa alva, maculados do mesmo negro pólvora-seca.
Se a forma foi desastrada, revelando laivos de um pré-conceito moral de superioridade próprio de quem não tem pudor em “arregimentar” a favor do seu estatuto de conselheiro contas de outros rosários, as quais exigiriam a descrição e o recato de um bom samaritano, o conteúdo não o foi menos. Afinal de contas a maioria dos conselhos oferecidos em salva de prata, mas requintadamente temperados com essência de fel e extracto de bílis, serviriam que nem uma luva para um exame de auto-crítica. É que afinal não se percebe como é que alguém que anda na política há tanto tempo, militando num partido do arco do poder, useiro e vezeiro em promessas e garantias sem fundilhos, vem agora esconjurar as juras dos outros. É que afinal não se percebe como é que alguém que conviveu com gente sem escrúpulos sedenta de tachos e de lugarzinhos, apenas o revele quando supostamente esses “vira-casacas” se passam para o outro lado. É que afinal não se percebe como é que alguém que milita num partido do arco do poder e que para além disso ganha a vida na defesa dos outros, venha sugerir que o passado revela sempre o que será o futuro, pois que o currículo e o mérito são o salvo-conduto para um lugar na boa gestão da coisa pública, como se isso fosse verdade no seu próprio partido e revelando ainda que não acredita na reinserção e na regeneração dos indivíduos. É que afinal não se percebe como é que alguém que aconselha os outros a não dizer mal se entregue a um exemplar exercício genérico de má-língua, ainda que algum concorrente na arte o possa considerar arrasador.
Fica-me contudo uma dúvida. Se ainda agora os pardais se começaram a labuzar (de forma desastrada, no modo e no conteúdo, digo eu que não pesco uma…), com os primeiros milhos e já a “velha-guarda” vem à liça para marcar território, o que não será quando o cereal começar a jorrar a granel!?...
Vamos a ver quem é que aguenta o teste.
 

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