11/02/13

A montanha pariu um Largo


Afinal, aquilo que pareciam ser diferenças programáticas fundamentais, normais numa democracia de gente com coluna aprumada e glândulas no escroto, transformou-se, num passe de prestidigitador estagiário, numa profissão de fé à visão estratégica dum líder anémico e pusilânime, confessada numa folha de papel azul de 25 linhas prontamente assinada de cruz pelos eméritos representantes dos inúmeros aspirantes a futuros lugar-tenente de carreira, a expensas da nação e esbulho do povo.
O que o país precisava era de políticos de costas largas, costas musculadas, dispostas a correr riscos e a dar o corpo às balas, sem calculismos, sem medo de pensar e de assumir que as crises se vencem pela massa cinzenta, pela coerência, pela perseverança, pelo bom senso - isso, pelo bom senso! – invertendo a lógica que afunda os partidos num abismo que só eles próprios ainda não perceberam. É que os líderes dos partidos, e mais que potenciais representantes dos cidadãos eleitores, não são os capazes nem os competentes, são antes os que conseguem ter a meia-dúzia de militantes concelhios num bolso e os restantes poderes instalados no outro. São os gajos que dominam o aparelho, que por vezes é tão pequeno, que bastaria meia excursão de reformados para eleger um líder concelhio, distrital ou nacional, putativo candidato a alcaide, tribuno ou mesmo chefe da governança. Se tivessem a coragem de se sujeitarem a primárias, haveriam de ver o que era doce.
Só que lá como cá os Largos estão pejados de ratos que chafurdam na gamela da politiquice rasteira e no lodo da intriga, mas que saltam borda fora logo que a bombordo ou a estibordo uma vaga de maiores dimensões ameaça alagar a casa das máquinas. E o mais irónico (e curioso), é que pelos vistos o povo gosta. Gosta e pede mais.
Uma vez mais a montanha pariu um Largo. De ratos.
 

3 comentários:

  1. Caro Relaxoterapeuta. Se o Largo a que se refere é aquele por ande andamos, lá há mais do que ratos... há cobras e outros animais que apesar de não se assumirem também por lá passam, única forma, aliás, de se poder saber quem por lá "chafurda".

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  2. Bom dia Curioso.
    Confesso que não percebi nem o seu exercício de hermenêutica nem as suas dores. Não faço ideia por onde anda nem se usa companhia. Não é meu hábito bisbilhotar se são largos ou estreitos os sítios que os outros frequentam. E, verdade seja dita, desde o tempo em que ía com regularidade ao Largo Ilídio de Carvalho, não me costumo ausentar do Casal da Formiga, pelo que me escapa de todo a sua referência à bicharada que, pelos vistos, para aí pulula.
    Volte sempre.

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  3. Vinagretemaio 21, 2013

    Não se pode exigir a um símio que seja capaz de interpretar um texto, muito menos se o animal é tão Narcisista, que nem percebe que para além do "seu", também existe o do "rato".

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