Afinal, aquilo que pareciam ser
diferenças programáticas fundamentais, normais numa democracia de gente com
coluna aprumada e glândulas no escroto, transformou-se, num passe de prestidigitador
estagiário, numa profissão de fé à visão estratégica dum líder anémico e pusilânime,
confessada numa folha de papel azul de 25 linhas prontamente assinada de cruz
pelos eméritos representantes dos inúmeros aspirantes a futuros lugar-tenente
de carreira, a expensas da nação e esbulho do povo.
O que o país precisava era de
políticos de costas largas, costas musculadas, dispostas a correr riscos e a dar o
corpo às balas, sem calculismos, sem medo de pensar e de assumir que as crises
se vencem pela massa cinzenta, pela coerência, pela perseverança, pelo bom
senso - isso, pelo bom senso! – invertendo a lógica que afunda os partidos num abismo
que só eles próprios ainda não perceberam. É que os líderes dos partidos, e mais que potenciais
representantes dos cidadãos eleitores, não são os capazes nem os
competentes, são antes os que conseguem ter a meia-dúzia de militantes concelhios
num bolso e os restantes poderes instalados no outro. São os gajos que dominam
o aparelho, que por vezes é tão pequeno, que bastaria meia excursão de
reformados para eleger um líder concelhio, distrital ou nacional, putativo
candidato a alcaide, tribuno ou mesmo chefe da governança. Se tivessem a coragem
de se sujeitarem a primárias, haveriam de ver o que era doce.
Só que lá como cá os Largos estão
pejados de ratos que chafurdam na gamela da politiquice rasteira e no lodo da
intriga, mas que saltam borda fora logo que a bombordo ou a estibordo uma vaga
de maiores dimensões ameaça alagar a casa das máquinas. E o mais irónico (e
curioso), é que pelos vistos o povo gosta. Gosta e pede mais.
Uma vez mais a montanha pariu um
Largo. De ratos.
Caro Relaxoterapeuta. Se o Largo a que se refere é aquele por ande andamos, lá há mais do que ratos... há cobras e outros animais que apesar de não se assumirem também por lá passam, única forma, aliás, de se poder saber quem por lá "chafurda".
ResponderEliminarBom dia Curioso.
ResponderEliminarConfesso que não percebi nem o seu exercício de hermenêutica nem as suas dores. Não faço ideia por onde anda nem se usa companhia. Não é meu hábito bisbilhotar se são largos ou estreitos os sítios que os outros frequentam. E, verdade seja dita, desde o tempo em que ía com regularidade ao Largo Ilídio de Carvalho, não me costumo ausentar do Casal da Formiga, pelo que me escapa de todo a sua referência à bicharada que, pelos vistos, para aí pulula.
Volte sempre.
Não se pode exigir a um símio que seja capaz de interpretar um texto, muito menos se o animal é tão Narcisista, que nem percebe que para além do "seu", também existe o do "rato".
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