09/03/11

Ironia das ironias





Na semana passada o camarada Jerónimo, em representação do sopro colectivo, entre palavras de ordem e alguns (inevitáveis) perdigotos, “bufou” as velas de mais um aniversário do seu partido, o que se releva - quem não reconhece, ou percebe, o papel e a importância sociológica e cívica que o PCP teve em Portugal nos últimos noventa anos, ou anda distraído ou anda a meter-se na poncha, a afamada bebida espirituosa do arquipélago das bananas.
Por entre os habituais discursos e profissões de fé, Jerónimo, armado de shotgun e munido de balas de borracha, fez uma vez mais pontaria a Sócrates – “Este Governo mais tarde ou mais cedo acabará por prestar contas". “Pois é camarada” – pensei eu – “e nessa altura  o povo que é quem mais ordena corre com Pinto de Sousa e indigita o siamês Passos Coelho, uma realidade incongruente face à leitura política do camarada secretário-geral. Irónico, não é?”
A questão é que, para o bem e para o mal o PCP não é um partido de Estado, no mais genuíno sentido da expressão. Talvez por isso o camarada Jerónimo não tenha percebido a ironia das suas próprias palavras, nem (talvez) a principal razão da “ala fundadora” do PS continuar a não evidenciar manifestos sinais de contestação ao engenheiro Pinto de Sousa.


4 comentários:

  1. não me fecundem sffmarço 10, 2011

    A bem da verdade do "talvez"

    Ainda pior que a convicção do não
    é a incerteza do talvez
    é a desilusão de um quase!
    É o quase que me incomoda
    que me entristece, me mata
    Trazendo tudo que poderia ter sido
    ...e não foi
    Sarah Westphal

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  2. Um texto reaccionário, ao melhor estilo anti-comunista primário. O seu autor devia ter vergonha.

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  3. Ora aqui etá um comentário antisocialista primario. não é caso para ter vergonha?

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  4. Como é que é possível que alguém, mesmo anónimo, identifique como reaccionário o autor do texto.
    Pelo exemplo do anónimo de 11 de Março, desanconselho vivamente a pessoas com aquele QI, a visitarem este espaço. O que aqui se escreve é muita areia para a camioneta deles.
    Este texto é tudo menos anti-comunsta e reaccionário. Antes pelo contrário.
    Acima de tudo, é um olhar inteligente sobre um palco onde se movem muitos actores, parecendo que alguns deles só conhecem as suas "falas" e não fazem ideia como vai acabar a peça.
    Aguardemos pelos próximos capítulos.

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