09/02/11

Peanuts?

Ora aí está um tema que me interessa, o Congresso das Exportações, que decorreu ontem em Santa Maria da Feira, e as respectivas conclusões. E interessa-me porquê? Obviamente porque vivo numa terra e num país que dependem dos mercados externos como de pão para a boca. Estou por isso de acordo com os que defendem que esta é a melhor forma para promover o premente crescimento da economia, que teima em não chegar.
Por estranho que pareça, este não é um tema caro nas “tertúlias de opinião e de discussão” cá do burgo, o pessoal entretém-se mais a discutir o decrépito comércio de tradição, as lojas do chinês que florescem ao ritmo a que os coelhos fecundam as fêmeas, a passar atestados de compaixão aos insípidos comerciantes e aos seus estremunhados representantes, a passar atestados de culpa ao poder, aos clientes e ao transito, e coisas do género.
Tenho porém como certo que a nossa economia, actual e futura, mais do que passar pelo mercado indígena, passa sobretudo pela capacidade de conquistar mercados no exterior, sejam eles onde forem. Acrescentar valor e vende-lo para outros países, com a correspondente entrada de pilim, é um imperativo, assim como imperativo é aproveitar essa mesma tarefa produtiva para igualmente fazer diminuir a nossa dependência do exterior, com a consequente diminuição das importações, a outra face da moeda. Até parece fácil.
Sei que não há unguentos milagrosos e que há muito que a Senhora de Fátima não mostra serviço, talvez também padeça de problemas de produtividade tal como a nossa economia, mas tenho como boas todas as iniciativas que levem a que se caminhe na direcção de fomentar as exportações.
Não posso contudo esquecer que as boas intenções não chegam e que são até perniciosas, obstaculizam a mudança. No pressuposto de que da discussão nasce a luz e da ilusão de que algo está a ser feito, vai-se mantendo inalterado o status quo que nos tem afundado, atirando irresponsavelmente para as calendas as reformas que já levam anos de atraso. (Não me refiro às “douradas”, obviamente.)
É por isso necessário que se reflicta, que se oiça, que se tirem conclusões e sobretudo, sobretudo(!!!), consequências. É importante que o poder esteja para tal predisposto e que desligue o descomplicador que teima em deixar no on, a consumir de forma obscena os nossos parcos recursos, para desespero de quem leva estas coisas a sério. Pelo menos até ao dia em que as forças faltem e a descrença tome de vez o lugar da coragem e do inconformismo.
Tomo por isso como provocação final as palavras do ex-presidente Lula – “governar é fazer o óbvio”. Até parece fácil.


3 comentários:

  1. Quer dizer que o Sr. Relaxado também foi ao beija mão ao Sócrates. Como eu o compreendo....!!!!

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  2. Caro Relaxoterapeuta
    Apesar de termos feito parte da mesma "equipe" eu assim mais para o final. Sempre apreciei o seu estilo peculiar de dizer muito com poucas palavras. Claro que é preciso alguma capacidade de leitura (para não dizer inteligência) para entender a sua capacidade de sintese.
    Pronto mas só queria realçar a frase de Lula da Silva. "É obvio".
    Abraço

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  3. Boa noite,

    É sempre um regalo, ler este Relaxado.

    Em relação, á "equipe" de que fizeram parte, seria muito bom e urgente, que voltassem, porque no largo actual, andam todos á cacetada.

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