14/07/11

"Desvio colossal"



Afinal a inquietante e desconcertante frase do jovem Passos, uma reflexão inócua para os mercados dos activos tóxicos, mas com potência suficiente para prevenir do que há-de vir e para desflorar virgens ainda encantadas, referia-se isso sim a um problema de coluna vertebral, ou como diz o povo, a um problema de “espinha". Torta.
A famosa “contribuição especial” por si anunciada, como única e irrepetível, incidindo sobre todos os rendimentos, ao que parece vai incidir apenas sobre os rendimentos do trabalho. Só.
Começam-se por isso a agravar os sinais de escoleose lombar, disfarçados com pó de arroz e sombras durante a fase de galopinagem, mas que agora cedem facilmente ao peso da dívida que se quer atirar para cima dos burros de carga.
O Sr. Silva, homem escorreito e avisado, bem que o havia prevenido – “cautela Pedro, olha que tu não podes fazer esforços! Olha a tua coluna, rapaz!”. Mas como nem a avó morre nem a gente almoça, lá ficou a porra da fotografia desfocada outra vez: o senhor prior vai ter de dar o dito por não dito, o jovem Pedro já marcou cinco sessões de fisioterapia nas Ilhas Caimão e o pai da criança, o Sr. Silva, recém-indignado com o que as agências de rating lhe estão a fazer ao moço, vai ter que nascer duas vezes para parecer que é mais sério do que o seu irmão gémeo de Boliqueime, o tal que defendia as ditas agências no tempo em que o malogrado Pinto de Sousa, de má memória, sentia as canelas mordidas.
Com isto tudo e os actos, já me quilhei outra vez - "levem lá a merda dos anéis, que os dedos fazem-me falta para esfregar as nalgas. Vá lá, com jeitinho que isso dói!"





4 comentários:

  1. Seja sério sr. relaxado....!!!!

    Dos contribuintes abrangidos pelo imposto extraordinário, cerca de 22% pagarão menos de 50 euros e 50% pagarão menos de 150 euros.

    O Executivo garantiu hoje que cerca de 52% dos salários pagos em Portugal não serão abrangidos pela contribuição extraordinária anunciada pelo Governo e que será equivalente a 50% do subsídio de Natal, acima do salário mínimo nacional e que só abrangerá os sujeitos passivos residentes em território português. A garantia é do ministro das Finanças que revela que a sobretaxa de IRS é fixada em 3,5%.

    Vítor Gaspar avança ainda novos dados sobre a sobretaxa de IRS: dos sujeitos passivos abrangidos, cerca de 22% pagarão menos de 50 euros e cerca de 50% pagarão menos de 150 euros. Já os 10% dos sujeitos passivos que recebem salários mais elevados contribuirão para 60% do total da receita.

    Os trabalhadores dependentes e pensionistas serão sujeitos a retenção na fonte à taxa de 50% que incidirá sobre a parte do subsídio de Natal que, depois de deduzidas as retenções normais de IRS e as contribuições para regimes de protecção social, exceda o valor do salário mínimo nacional (485 euros).

    "Esta retenção na fonte será efectuada a título de pagamento por conta da sobretaxa devida no final. A retenção será deduzida à sobretaxa que vier a ser apurada com a entrega da declaração periódica de rendimentos. Caso esta retenção na fonte seja superior ao valor da sobretaxa extraordinária devida no final, o excedente será objecto de reembolso", explica Vítor Gaspar.

    Progressividade assegurada
    O ministério das Finanças deixa ainda outra garantia: a progressividade da sobretaxa é idêntica quando comparada com a aplicação das taxas gerais de IRS, quer em termos da curva de concentração da receita, quer em termos do seu impacto efectivo.

    Quanto aos contornos técnicos da medida, Vítor Gaspar dá conta que a sobretaxa do imposto incide sobre o rendimento colectável de IRS que resulte do englobamento, acrescido de rendimentos sujeitos a taxas especiais de tributação (como aquelas que incidem sobre as mais-valias mobiliárias).

    Contas feitas, a sobretaxa apenas incide sobre o rendimento que exceda o valor anual do salário mínimo nacional por sujeito passivo (o que corresponde a 13.580 euros por agregado familiar com dois sujeitos passivos).

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  2. é por estas e por outras k este blogue chama-se o conto do vigarista eh eh eh

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  3. Meus fecundados anónimos...

    A falta de verdade do "nosso" primeiro é tão desbragada, quanto a promessa do gestor delegado das nossas finanças, dizendo que este é um imposto extraordinário, e só, para 2011.

    Para o ano vão existir mais excepções, vamos apostar?

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  4. Nota-se que o primeiro comentário sai da pena de um informado e influente carreirista do PSD.
    Quanto ao conteúdo, nem sequer questiono. Nós sabemos como é que vai ser aplicada a "Sobre-Taxa".
    A questão está sobre quem recai esse esforço e o que ficou claro é que ficam de fora os rendimentos do capital, como dividendos, juros de aplicações, mais valias bolsistas, IRC, etc.
    Dizer que não se mexe nestes rendimentos para proteger os aforradores, incentivando a poupança, é uma falácia, na medida em que penalizando só os rendimentos do trabalho, está-se a impedir a possibilidade desses milhões de contribuintes conseguirem ter algum excedente para aforrar.
    Como os outros, também estes ganharam as eleições a prometer que não mexeriam na carga fiscal e iriam cortar nas gorduras do Estado. Como os outros, a primeira coisa que fizeram, foi meter a mão nos nossos bolsos, com a benção de Cavaco Silva que há pouco mais de dois meses dizia que não se devia diabolizar as agências de rating e "que pedir mais sacrifícios aos portugueses tinha limites", para hoje se espumar a reagir contra os malfeitores da Moodys e se babar de satisfação com o acréscimo de medidas de austeridade que nem sequer estão no memorando da Troika.
    Assim vai a política nacional e, pensando bem, o Burkina Faso pode ser uma boa alternativa.

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