Chiça!
Agora
só falta uma política para a cultura!
Grizalheiro
Não
tenho nem nunca tive cargos políticos. Nem tão pouco ambições. Pela simples
razão de considerar essa assumpção uma missão tão nobre e significativa que
apenas deve ser assumida pelos mais dotados e melhor preparados.
No
entanto, não tomando dores que não são minhas, mas questionando-me sobre o que
faria se tivesse responsabilidades, tomo em mãos um pequeno exercício que poderia
resultar certamente numa discussão eventual e virtual sobre o tema. Porém, não
tenho expectativas. Pensar dá trabalho e, como muito bem recordava o Armando
Constâncio na rede, citando Aristóteles, “só existe uma maneira de evitar as
críticas: não fazer nada, não dizer nada e não ser nada”.
É
que de facto, a constatação “la palissina” sobre a ausência duma política
cultural para o concelho, nunca se converte num momento de partilha de ideias e de acréscimo de valor, nunca se transforma na questão mais básica que nos
poderíamos colocar a nós próprios: e se fosse eu, o que faria?
Está
decidido. Saiu da minha zona de conforto e concentro-me, sem delongas, num
esboço-resumo. A pedido, talvez possa desenvolver e tecer considerações de
natureza politico-filosóficas de grande profundidade intelectual e de profundo
amadurecimento teleológico. Contudo, aviso-vos já, não fica nada barato.
…
apontamentos de um virtual vereador sombra, sobre a definição duma Política
Cultural para o futuro município do Casal da Formiga:
Objectivo:
-
proporcionar a toda a comunidade concelhia a prática e o acesso a vivências
culturais e artísticas potenciadoras do seu desenvolvimento, bem-estar e
qualidade de vida, contribuindo de forma determinante para o aumento
exponencial da “Felicidade Interna Bruta”;
-
promover a democracia participativa através da cultura e das artes;
-
projectar além-concelho todos os projectos culturais e artísticos de
reconhecido mérito;
Eixos Estruturais:
-
Cultura do ensino;
-
Cultura da memória;
-
Cultura da criação;
Linhas de Acção:
-
Identificação das regras de acesso, competências e atribuição do estatuto de
Parceiro Cultural (apenas entidades sem fins lucrativos – associações
culturais, de sector, museus, etc);
-
Definição das regras de acesso e atribuição de financiamento aos Parceiros Culturais
e a candidaturas de outras entidades;
-
Criação do Conselho Cultural Permanente (Parceiros Culturais e Município, em
parceria e articulação, sob coordenação do Município) – definição do calendário
cultural anual, atribuição de competências co-organizativas, identificação de
projectos culturais e artísticos de reconhecido mérito, reorganização e
rentabilização de espaços físicos individuais, e auscultação e conselho sobre
linhas de acção;
-
Definição das regras de utilização de todos os equipamentos culturais do
Concelho;
-
Definição do modelo de funcionamento e de gestão da Casa da Cultura;
-
Aprovação e divulgação, atempada, dos subsídios a atribuir no ano seguinte,
mediante a apresentação de projectos culturais e artísticos enquadráveis nos objectivos
da política cultural, e ponderados pela relevância atribuída a cada um dos Eixos
Estruturantes;
-
Controlo anual do cumprimento dos objectivos genéricos de política cultural, e
em particular dos projectos financiados, sua divulgação e discussão pública;
-
Desenvolvimento de parcerias com entidades públicas e privadas, para a
concretização e/ou desenvolvimento de núcleos museológicos, em espaços
colectivos e em espaços industriais;
E
mais não digo para vos não maçar.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAlgumas ideias muito interessantes, muitas das quais partilho!
ResponderEliminar... só não percebi o "Grizalheiro" lá em cima!...
Caro Paulo Tojeira,
ResponderEliminarA resposta à sua pergunta é simples. A ideia de escrever este post surgiu quando há alguns posts atrás li o comentário que escreveu e que acima cito. Fiquei com a convicçâo de que ele representava o seu "estado de alma". Se assim não foi...
Bom fim de semana.