Dos píncaros da sua inominável sabedoria, o povo
ditou o rifão: os políticos que se entendam! Ou não… - os que tinham três levam
dois; os que tudo queriam levam um; e tu, coração independente, que tanto te
afligia dar um murro na mesa porque as crianças e os mais necessitados não
vivem com duodécimos, ficas. Mas por pouco. Deixas de ser o fiel da balança e
passas a caminhar na corda bamba como os outros, sem rede e sem cueiro.
O jogo está lançado e como jamais alguém ousou o
2x2x1x1x1, há que reinventar a natureza táctica da equação, sob pena de ninguém
saber qual o seu lugar, embora de antemão se saiba que o campo é estreito e os
jogadores duros de rins. Talvez umas cacetadas com bordão de peregrino fizessem
quebrar o enguiço e tornar vergadiços os egos inchados, e periféricos os
umbigos egocêntricos.
Cá por mim, que não risco nada, PS e CDU deveriam
assumir em boas mãos o nosso destino nos próximos quatro anos, e os restantes,
independentes, uma oposição de mangas arregaçadas e atitude construtiva. O raciocínio
é simples. As duas forças com maior representatividade no concelho não estão
assim tão distantes quanto ao essencial, quanto às prioridades, pelo que se o
problema é de estilo e de perfil, que se quilhe o estilo e que se faça do
diálogo a trave mestra do entendimento, já que em relação ao perfil não haverá
muito a fazer, apenas se poderá escolher o ângulo mais favorável.
Em contraponto, a uma maior tarimba política que os
partidos indubitavelmente têm, pela sua génese e pela sua história (para o bem
e para o mal!), os independentes, em maior ou menor grau, poderiam demonstrar
que uma visão mais descomprometida, menos sectarista e mais pragmática dos
problemas, resultaria numa oposição mais racional e pró-activa. Seria também a
oportunidade de provar que grupos de cidadãos com vontade, capacidade e
coordenação, conseguem assumir um papel de relevo na construção de um futuro
digno. Mas mais. É que de todos os adversários em contenda, foram os que
demonstraram algumas diferenças de estratégia dignas de registo, pelo que não
faria muito sentido a coexistência de perspectivas com pontos de ruptura
evidentes.
Eu sei que a minha ingenuidade e bonomia são as de
um cândido. Mas, afinal de contas durante a campanha não apelaram todos ao bom
senso e aos superiores interesses do concelho? É que eu quero continuar a acreditar
na boa vontade dos homens.
Mais um macaco visionário...!!!!
ResponderEliminarCaro Relaxoterapeuta,
ResponderEliminaré sempre bom lê-lo, sobretudo quando acerta na mouche. Não pensava desta forma, mas após ler este seu texto penso que fui convencido pelos seus argumentos que fazem todo o sentido.
Quanto ao anónimo anterior, a macacada é noutro lado, enganou-se na porta.
Caro Relaxoterapeuta,
ResponderEliminarGostei do exercício proposto, que entendo poderá ter várias formulas resolventes, conforme os envolvidos se queiram empenhar no progresso do Concelho, ou em dar primazia aos egos, às doutrinas e ou às hostes.
A título de declaração de interesses, afirmo que sem filiação, fui eleitor do PS para o anterior e para o próximo mandato.
Entendi que as criticas mais vincadas que foram feitas, à acção do executivo PS, sobretudo na campanha e sem opinar sobre a sua justiça, referiam-se genericamente ao grau e ao calendário da execução do programa e não ao programa em si mesmo, havendo, como é óbvio, situações que outros resolveriam de modo diferente, sobretudo olhando a resultados que não serão simpáticos a quem observa.
Parece, portanto, que tendo o PS proposto um programa para os próximos quatro anos que não mereceu grandes críticas nem diverge irremediavelmente dos programas dos outros partidos e movimentos, tirando algumas particularidades, não será difícil aos eleitos negociarem a sua acção com base na acção que o partido que obteve a maioria dos votos propôs ao eleitorado.
Restam de novo a execução e as prioridades do calendário. Mas essas questões, a contento dos críticos e no interesse comum, poderão com toda a legitimidade ser escrutinadas e continuamente avaliadas pelos Vereadores das minorias, o que só poderá aumentar a eficácia do executivo, qualquer que seja a sua composição, escusando-me agora a processos de adivinhação.
Parecendo à partida um exercício difícil, reduzindo-o à mesma simplicidade que os próprios eleitores expressaram, poderá ter uma solução bem fácil e de grande eficácia. Assim queiram os actores que têm a responsabilidade de propor, negociar e firmar os acordos que, honrados, sirvam os interesses dos habitantes e das gerações futuras.
É uma pena que o Relaxoterapeuta se deixe "apagar" por longos períodos´. É sempre um prazer lê-lo e um enorme gozo tentar descodificar alguns textos mais elaborados. Muito provavelmente, irá acontecer aquilo que está a prever e, de certa forma, deseja, na vã esperança de que o enquadramento partidário poderá significar maior experiência, logo mais garantias de que os atores políticos (que afinal são os mesmos), saberão agora pôr o Concelho acima dos partidos que representam. Se conseguirem, é sinal de que algo mudou e que a estratégia de controlo das concelhias e das distritais deixou de ser o veículo para ascender na carreira a que muitos se dedicam a tempo inteiro, passando o mérito e o interesse coletivo a ter o primado da sua ação. Gostava de acreditar, mas....
ResponderEliminarCaro Relaxaterapeuta,
ResponderEliminarNem mais!!!
Eu quero acreditar que o escriba tem razão e tudo modestamente farei pata que tal aconteça.
ResponderEliminarJá não acredito nas supostas boas vontades dos externos para que tal aconteça e dê frutos.