05/06/13

Os ratos do sistema

Li ontem na imprensa que o Barómetro Eldeman Trust indica que a “banca é o sector que inspira menos confiança em Portugal”.
O mesmo estudo revela ainda que “o valor geral da confiança nas instituições governamentais desacelerou no país”.
Recordei de imediato uma entrevista que José Gomes Ferreira fez ao Presidente do Instituto de Gestão do Crédito Público, João Moreira Rato, que vi há pouco tempo na SIC Notícias.
Confesso que em determinados momentos senti a vergonha que o entrevistado não sentiu, apesar do embaraço evidente que foi tentando disfarçar.
O excerto que se segue é apenas um bom exemplo da forma como a banca “elimina a concorrência” através da acção do próprio Estado, colocando nos centros de poder os seus representantes, de forma absolutamente despudorada, com a conivência dos eleitos.
Penso que vale a pena ver o vídeo e ler o currículo do jovem entrevistado. As conclusões finais ficam para a caixa de comentários, se vos aprouver. Sem acanhamentos.

2 comentários:

  1. Esta é uma evidencia de como necessitamos de por em causa e repensar todo o sistema em que assenta a democracia portuguesa e comunitária. Como foi possível que sub-repticiamente se instalassem tão profundamente no poder, nomeados como representantes do povo, tão grandes defensores dos interesses do grande capital?
    É por demais elucidativa esta entrevista. Mas há mais, veja-se por exemplo como através do O.E. se perseguem os mesmos objectivos, no caso concreto dos subsídios de alimentação, que todos os trabalhadores hoje recebem, quando ainda recebem, isentos de IRS e taxas da Segurança Social até ao limite diário de 4,27€, mas que se forem recebidos através de cartões do sistema bancário estarão isentos até 6,83€…a quem facilita o O.E. a cobrança de comissões e despesas?

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  2. A. Constânciojunho 06, 2013

    Já vi muitas entrevistas feitas por José Gomes Ferreira, mas nesta, tenho que confessar, dou-lhe nota máxima.
    Perguntas simples, curtas, assertivas.
    Foi o suficiente para pôr este jovem formado nas escolas dos mega interesses financeiros, a titubear, a balbuciar e a gaguejar, como uma criança de 10 anos a fazer a prova oral da antiga 4ª. classe quando lhe perguntavam sobre as linhas da caminho de ferro de Angola.
    Se dúvidas houvesse quanto à poderosa influência da banca em geral e de alguns banqueiros em particular, sobre a condução da política económica do Governo, elas dissiparam-se em 4 minutos.
    Qualquer cidadão, não precisa de ser especialista na matéria, que preste atenção à simplicidade das perguntas e observe a linguagem facial do entrevistado, porque a verbal se limitou ao "estamos a estudar", "vamos ver", etc., certamente verificará que todos nós estamos agarrados por uma corda ao pescoço e que, na outra ponta, estão os interesses financeiros a manter a corda esticada.
    Porque é que a Itália, que tem uma dívida pública maior que a nossa em percentagem do PIB, não foi sujeita a um Plano de Resgate?
    Talvez porque parte considerável dessa dívida está nas mãos dos cidadãos italianos.
    Consultem o Youtube e pesquisem sobre a origem das dívidas soberanas, sobre o "sub-prime", sobre como funcionam os mercados de capitais, a origem do dinheiro e questionem-se, porque é que o BCE (Banco Central Europeu) não empresta dinheiro aos Estados mas só à Banca, que depois o utiliza em operações que roçam o crime, numa autêntica roleta russa de especulação financeira, que nada tem a ver com as necessidades da economia real, que gera riqueza e emprego.
    Parabéns José Gomes Ferreira e cumprimentos ao autor deste blog.

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