24/04/13

Santo e Senha

 
Na vertigem dos problemas e das contrariedades, tendemos a esquecer as reais diferenças entre o antes e o depois, entre a mordaça da ditadura e a puberdade da democracia. Desenganem-se os vendedores de banha da cobra, os falsos profetas da antipolítica, os toxico-independentes e os degenerados da cidadania dos direitos, Portugal não é o mesmo de há 38 anos atrás e ponto final!
Temos muitos problemas para resolver? Sem dúvida! Abril é um projecto inacabado? Absolutamente! O sistema democrático necessita de se regenerar? Urgentemente! A classe política é fraca? Muito. E ainda assim preferimos a democracia? SEMPRE! E os partidos? Obviamente. Mas ser cidadão é apenas votar e manifestar vontades e críticas? NÃO! Ser cidadão é ter palavra, escolha, participar na construção da democracia, dar cara e tempo às associações, aos clubes, aos grupos de intervenção, aos partidos, aos outros. Ser cidadão é escolher um caminho consciente e trilhá-lo. É não ter razões absolutas, é acreditar que é possível resolver os problemas, é ter bom senso, é credibilizar e acreditar no Estado, é aceitar a vontade da maioria, é respeitar as minorias, é ser solidário, é não ser nada para se ser tudo.
E é por isso que devemos denunciar o falso medo, a falsa crítica, os falsos caçadores de fantasmas, os falsos independentes, os falsos detentores da verdade, os bufos, os hipócritas, os merdosos que se escondem nos blogues e nas redes sociais para golpearem a democracia sob o diáfano manto do puritanismo populista, sob a falsa capa de um contrapoder sem regras. Pois não há pior cancro para a democracia do que o poder político se deixar manietar e submeter mansamente pelo escrutínio dos que sem rosto chafurdam na lama que eles próprios proclamam combater, mas cujo caudal todos os dias engrossam. Dar importância a quem não a tem ou credibilidade a quem não a merece, é desprezar a legitimidade democrática e subalternizar e descaracterizar as instituições, um caminho perigoso e sem retorno.
Celebrar Abril é por isso respeitar a liberdade usando-a com o critério e a consciência que se empresta todos os dias a uma delicada flor que se cuida e que se ama.
VIVA A LIBERDADE!
 

3 comentários:

  1. Flor do Lizabril 26, 2013

    É pena, essas redes sociais, que andam sempre à cata das calhandrices, não copiarem estes excelentes textos.

    PALMAS e,

    VIVA A LIBERDADE

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  2. Vai por aqui muita dor de corno e muita azia. É fácil de constatar, poucas visitas e nenhuns comentários. Já para näo falar nos elogios feitos sempre pelos mesmos. Fica um conselho ao administrador do blogue, a inveja fica-lhe muito mal.

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  3. "Ser cidadão é ter palavra, escolha, participar na construção da democracia, dar cara e tempo às associações, aos clubes, aos grupos de intervenção, aos partidos, aos outros."

    Então diga-nos lá Sr. Relaxoterapeuta quantas destas coisas é que o senhor já fez? O que é que o senhor já fez pela terra?

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