Na vertigem dos
problemas e das contrariedades, tendemos a esquecer as reais diferenças entre o
antes e o depois, entre a mordaça da ditadura e a puberdade da democracia.
Desenganem-se os vendedores de banha da cobra, os falsos profetas da antipolítica,
os toxico-independentes e os degenerados da cidadania dos direitos, Portugal
não é o mesmo de há 38 anos atrás e ponto final!
Temos muitos
problemas para resolver? Sem dúvida! Abril é um projecto inacabado? Absolutamente!
O sistema democrático necessita de se regenerar? Urgentemente! A classe
política é fraca? Muito. E ainda assim preferimos a democracia? SEMPRE! E os
partidos? Obviamente. Mas ser cidadão é apenas votar e manifestar vontades e
críticas? NÃO! Ser cidadão é ter palavra, escolha, participar na construção da
democracia, dar cara e tempo às associações, aos clubes, aos grupos de
intervenção, aos partidos, aos outros. Ser cidadão é escolher um caminho consciente
e trilhá-lo. É não ter razões absolutas, é acreditar que é possível resolver os
problemas, é ter bom senso, é credibilizar e acreditar no Estado, é aceitar a
vontade da maioria, é respeitar as minorias, é ser solidário, é não ser nada para
se ser tudo.
E é por isso que
devemos denunciar o falso medo, a falsa crítica, os falsos caçadores de
fantasmas, os falsos independentes, os falsos detentores da verdade, os bufos,
os hipócritas, os merdosos que se escondem nos blogues e nas redes sociais para
golpearem a democracia sob o diáfano manto do puritanismo populista, sob a
falsa capa de um contrapoder sem regras. Pois não há pior cancro para a
democracia do que o poder político se deixar manietar e submeter mansamente pelo
escrutínio dos que sem rosto chafurdam na lama que eles próprios proclamam
combater, mas cujo caudal todos os dias engrossam. Dar importância a quem não a
tem ou credibilidade a quem não a merece, é desprezar a legitimidade
democrática e subalternizar e descaracterizar as instituições, um caminho
perigoso e sem retorno.
Celebrar Abril é
por isso respeitar a liberdade usando-a com o critério e a consciência que se
empresta todos os dias a uma delicada flor que se cuida e que se ama.
VIVA A
LIBERDADE!
É pena, essas redes sociais, que andam sempre à cata das calhandrices, não copiarem estes excelentes textos.
ResponderEliminarPALMAS e,
VIVA A LIBERDADE
Vai por aqui muita dor de corno e muita azia. É fácil de constatar, poucas visitas e nenhuns comentários. Já para näo falar nos elogios feitos sempre pelos mesmos. Fica um conselho ao administrador do blogue, a inveja fica-lhe muito mal.
ResponderEliminar"Ser cidadão é ter palavra, escolha, participar na construção da democracia, dar cara e tempo às associações, aos clubes, aos grupos de intervenção, aos partidos, aos outros."
ResponderEliminarEntão diga-nos lá Sr. Relaxoterapeuta quantas destas coisas é que o senhor já fez? O que é que o senhor já fez pela terra?