Encontra-se
a decorrer um concurso público para a aquisição de um piano, com um “valor de
preço base” de 21.700€.
Não
caindo na tentação fácil e básica do primeiro impulso, coloco o comprimido
debaixo da língua, procuro baixar o ritmo cardíaco, regularizar a respiração e
manter o diálogo num tom calmo, pausado e cordato. Faço um último apelo à
(minha) razão e solto a pena. Cá vai.
Tenho
dificuldade em entender certas coisas, sobretudo porque desconheço políticas,
prioridades e critérios. Sobretudo porque desconheço a utilidade, a
racionalidade e as alternativas. Sobretudo porque desconheço as motivações, a
lógica e a oportunidade. Sobretudo porque desconheço…
Ah!
Mas conheço o discurso das dificuldades e da falta de verbas. Conheço a
narrativa da Lei dos Compromissos. Conheço a lenga-lenga da transparência e do
rigor financeiro. E, sobretudo, sobretudo conheço as dificuldades dos agentes
culturais do nosso concelho, a sua determinação, a sua vontade inabalável e as
suas motivações. Apesar da falta de meios é gente que não se resigna. Que
acredita.
Eu
também quero acreditar que a compra do piano, que a compra deste piano, é uma
decisão sensata, oportuna, útil e racional. Mas para isso só vislumbro uma
hipótese que transformo num apelo pessoal:
Caro
Dr. Vitor Pereira, por favor, para além dos magníficos vídeos que diariamente
partilha connosco na rede, partilhe também, por favor, tudo o que precisamos saber para
entender o que esperar deste executivo, para o presente e para o futuro da cultura
no nosso concelho. Será que não leu o que escrevi sobre a futura política cultural para o Casal da Formiga? É só uma ideia...
E o piano é com ou sem cauda? Li o anuncio e não vi lá nada sobre a respectiva.
ResponderEliminarAbraço.
Rodrigo
Caro Relaxoterapeuta, não estará a pedir muito?
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