03/12/14

Sem dó, nem sol




Encontra-se a decorrer um concurso público para a aquisição de um piano, com um “valor de preço base” de 21.700€.

Não caindo na tentação fácil e básica do primeiro impulso, coloco o comprimido debaixo da língua, procuro baixar o ritmo cardíaco, regularizar a respiração e manter o diálogo num tom calmo, pausado e cordato. Faço um último apelo à (minha) razão e solto a pena. Cá vai.

Tenho dificuldade em entender certas coisas, sobretudo porque desconheço políticas, prioridades e critérios. Sobretudo porque desconheço a utilidade, a racionalidade e as alternativas. Sobretudo porque desconheço as motivações, a lógica e a oportunidade. Sobretudo porque desconheço…
Ah! Mas conheço o discurso das dificuldades e da falta de verbas. Conheço a narrativa da Lei dos Compromissos. Conheço a lenga-lenga da transparência e do rigor financeiro. E, sobretudo, sobretudo conheço as dificuldades dos agentes culturais do nosso concelho, a sua determinação, a sua vontade inabalável e as suas motivações. Apesar da falta de meios é gente que não se resigna. Que acredita.
Eu também quero acreditar que a compra do piano, que a compra deste piano, é uma decisão sensata, oportuna, útil e racional. Mas para isso só vislumbro uma hipótese que transformo num apelo pessoal:
Caro Dr. Vitor Pereira, por favor, para além dos magníficos vídeos que diariamente partilha connosco na rede, partilhe também, por favor, tudo o que precisamos saber para entender o que esperar deste executivo, para o presente e para o futuro da cultura no nosso concelho. Será que não leu o que escrevi sobre a futura política cultural para o Casal da Formiga? É só uma ideia...



2 comentários:

  1. E o piano é com ou sem cauda? Li o anuncio e não vi lá nada sobre a respectiva.
    Abraço.
    Rodrigo

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  2. A. Constânciodezembro 05, 2014

    Caro Relaxoterapeuta, não estará a pedir muito?

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