13/12/13

Imaginário natalino




Afinal o Pai Natal existe. Mais, também existe uma Mãe Natal. Estiveram ontem em amena cavaqueira com Pedro Manuel, no Palácio encantado de São Bento, enquanto na sala ao lado Popota ouvia atenta Paulo Sacadura, companheiro de brincadeiras de Pedro Manuel, desabafar com mágoa que nem à macaca se consegue brincar com António José, o colega de recreio taciturno e infeliz que nunca está satisfeito com nada. Coisas de miúdos.
A conversa de Pedro Manuel com o casal Natal correu tranquila e serena. Sem grandes sobressaltos. Sem grandes embaraços.
Pedro Manuel mostrou-se confiante e seguro dos seus sonhos, falando dum país de fantasia, onde fadas e duendes empreendem, a cada segundo que passa, o grandioso milagre da recuperação económica, apesar das investidas dos dragões da bruxa Lagarde e dos ogres de Frankfurt e de Bruxelas. Mas, cuidado! É preciso não baixar a guarda! Porque apesar do caminho traçado nos levar inevitavelmente até Alice e a esse maravilhoso mundo onde tudo é possível, incluindo a diminuição dos impostos sobre o rendimento das pessoas e a reversão dos cortes de salários e pensões, é necessário manter (quem sabe reforçar) uma dieta rigorosa, sob pena do aumento de gorduras nos voltar a precipitar ladeira abaixo, pela força da gravidade dum Estado mãos-largas. Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém e Pedro, no zénit da sua prodigiosa imaginação, sabe do que fala.
Pai Natal e Mãe Natal parecem esmagados pela prosa ponderada e pela quase obscena clareza com que Pedro Manuel esmiuça conceitos complicadíssimos e intricadas equações. Já não têm dúvidas, Pedro Manuel merece a prenda que lhe trouxeram, um monólogo criativo sem qualquer contraditório ou réplica de reposição dos factos. Terá certamente um futuro brilhante. Com toda a certeza passará com distinção qualquer prova oral. A menos que as renas se rebelem e no lugar do casal Natal coloquem dois jornalista (a sério) que perguntem a Pedro Manuel o que realmente todos queremos saber – o que é que ele fez com o enorme saco de gomas que lhe “demos”.



2 comentários:

  1. E o homem deixava-se entrevistar por jornalistas a sério? Nah!

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  2. Só quero dizer que gosto, gosto muito deste comentário terapeutico.

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