A pôr a escrita em dia, no blog de
amigo destas andanças, dei de caras com uma declaração pública de amor que não
consigo ignorar. De um pai para uma filha.
Pela forma corajosa como foi
escrita e por todo o dramatismo que encerra, fez-me sentir que a dimensão do
amor é um traço dos Homens corajosos, que a dimensão dos dramas pessoais nos
faz relativizar os nossos próprios “dramas”, e que nada nos deverá desviar do
essencial. Não sei se teria a coragem de me desnudar e de revelar aquele
turbilhão de sentimentos e de “fragilidades”. Por isso relevo a sua atitude que
me tocou profundamente. Pela dignidade com que o fez.
É por isso que tenho a certeza
que a filha do meu amigo estará extremamente orgulhosa do pai, e que sentirá
ter recebido a melhor prenda que ele alguma vez lhe poderia dar – o seu amor
incondicional.
A compreensão destes pequenos
gestos não cabe nos memorandos de entendimento, nem nas crises da coligação,
nem nas trapalhadas do sr. presidente, nem na insensatez das máquinas
partidárias. Mas devia. Pois é sempre a vida das pessoas que está em causa.
Pessoas de carne e osso, que amam, que riem, que choram, que sofrem com a
incerteza dos dias.
Embora não possa partilhar com
esse amigo a vivência da paternidade, partilho a solidariedade do momento com
um forte abraço (mesmo que virtual), e a emoção incontida do amor que tudo alcança,
que tudo vence. Mesmo naqueles momentos em que a vida nos parece escorrer por
entre os dedos. Coragem, em frente é que é o caminho!
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