23/01/13

No país da fantasia (outra vez)




Portugal, o Futebol Clube do Porto e a Lurdes Rata vão voltar aos mercados.
A Lurdes vai às barracas da Feira dos Porcos comprar "uma coivinha, duas crugetes e meio quilo de cenoiras, para fazer uma sopa para os garotos” e para se certificar que as tendas não voaram, que aguentaram estoicamente, um temporal como há muito não se via e mais quatro anos de desmando alvarista. Afinal um dos maiores alvos de chacota da anterior governação a dois tempos, passou de besta a bestial, de provisório a definitivo, enquanto o “mercado” do Atrium continua à sorte da rataria e da falta de imaginação e de vontade.
O Futebol Clube do Porto vai ao Brasil buscar um ponta-de-lança que pesa mais ou menos o mesmo que os legumes que a Lurdes Rata vai aviar, mas que resolve. Mais uma machadada na moral da lagartagem e mais uma camioneta de €uros para importar um jovem em fim de carreira. O que é preciso é apostar na produção nacional made in Brasil – não se esqueçam de que o homem é seleccionável…
E Portugal? Ah, Portugal, esse país de gente séria, trabalhadora e que sabe enfrentar as agruras com moderação, com ponderação, tirou a farpela domingueira da arca da aliança e, de súbito, vai aos mercados pedir fiado. “Há dúvidas que o país está bastante melhor com a terapia aplicada por suas eminências pardas?” – Claro que está! Claro que está!... Mas, não vá o diabo tecê-las, o melhor é pôr a bóia do patinho e umas braçadeiras por que se lhe falta o pé, nada como um sindicato bancário para assegurar que o esmoleiro não volta de mãos a abanar. "Então e se o sindicato engole um pirulito?" – perguntam os mais afoitos. No problem, uma mão lava a outra e as duas lavam o vesgo – o esmoleiro volta (mais uma vez) a esmifrar a tal gente séria, trabalhadora e moderada e resgata o sindicato - não é por acaso que eles às vezes se esquecem de declarar uns trocos que deixaram por esquecimento nas ilhas do Caimão, enquanto besuntavam de óleo de coco o alto e o baixo-ventre.
Mas, com tanta boa notícia, de que havemos nós de nos queixar? Eu não queria ser desmancha-prazeres mas, depois da papas e dos bolos, o que é que sobra? Eu digo-vos. Sobra um país em agonia, gente sem esperança, um governo que se contradiz constantemente e um “líder” da oposição que chama os jornalistas para fazer o número da foca, equilibrar uma bola na ponta do nariz enquanto bate efusivamente as barbatanas - “eu tinha razão, eu tinha avisado, era tempo de pedir mais tempo!”. Ah, já me esquecia… e sobra também um alcaide que andou quatro anos a arregaçar as mangas para pedir mais quatro, para, agora sim, mostrar o que vale. É como a dívida, precisa de mais tempo… 

  

2 comentários:

  1. A Comissão Europeia saudou hoje o sucesso da colocação de dívida soberana pelo Tesouro Português.

    Bruxelas considera que se trata de mais um sinal da "crescente confiança" em Portugal, resultante da "rigorosa implementação do programa de ajustamento pelas autoridades portuguesas".

    A procura pela dívida a cinco anos que o Tesouro Português está a tentar colocar na operação de hoje superou os 10 mil milhões de euros.

    "A Comissão saúda este passo dado pelo Governo português. Este é mais um sinal da crescente confiança em Portugal, que se tem traduzido numa queda gradual dos juros da dívida nos meses mais recentes", afirmou o porta-voz dos Assuntos Económicos e Financeiros.

    Segundo o Executivo comunitário, esta confiança crescente deve-se à "rigorosa implementação do programa pelas autoridades portuguesas, ao apoio amplo ao programa e aos progressos alcançados na resposta à crise ao nível europeu".

    A finalizar, Simon O'Connor sublinhou que, "para manter esta tendência positiva e prosseguir o caminho rumo ao regresso definitivo aos mercados, é importante que Portugal continue a implementar as reformas previstas no programa", essenciais para "melhorar a competitividade da economia e aumentar o seu potencial de crescimento e criação de emprego".

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  2. Mais um a destilar ódio contra o Dr. Álvaro. Este não é macaco, deve ser chipanzé. Façam alguma coisa em vez de criticarem. Olhem, vão cortar árvores, por exemplo.

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