12/02/15

[Sr. Ministro] "Eu não quero morrer!"


No califado do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, no próximo oriente, a barbárie continua em nome de um deus que, pelos vistos, se mostra incompetente para castigar impiedosamente os infiéis, “recorrendo” a facínoras sem pingo de dignidade ou de humanidade.
O sacrifício de reféns é o prato dia que se serve on-line às nações que os combatem, e os pedidos de resgate para libertar esses reféns são meros artifícios para exponenciar o sacrifício e a mediatização do terror, prolongando no tempo o sofrimento e a pressão sobre as autoridades dos países de origem das vítimas.
Invariavelmente, os Estados a quem são pedidos os resgates em troca de vidas humanas, não aceitam a chantagem, assumindo que uma posição de fraqueza se traduziria na abertura duma caixa de Pandora, num precedente com consequências difíceis de imaginar. Compensar o crime não está no campo das hipóteses, mesmo quando do outro lado se sabe que alguém vai perder a vida. Para os Estados são os chamados danos colaterais, inevitáveis, preferíveis a uma subjugação, num algoritmo que pondera o interesse e a segurança colectivos e individuais.
Uns milhares de quilómetros mais a ocidente, um laboratório farmacêutico, cujo nome não refiro por nojo, em nome de outro deus, que chafurda no lucro à custa da miséria e do sofrimento humanos, exige aos Estados quantias obscenas para salvar vítimas da hepatite. O meio é o mesmo, o resgaste pedido tem como contrapartida vidas humanas, tem na base o terror e o sofrimento.
E como se comportam neste caso os Estados? O nosso Estado? “Elementar meu caro Watson”! O Estado reage com a mesma firmeza e a mesma determinação com que se combatem os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, não cedendo a chantagens, assumindo a perda de vidas humanas como danos colaterais. Detenhamo-nos pois no paradoxo: "Os Estados devem fazer tudo o que está ao seu alcance para salvar vidas humanas, os Estados devem fazer tudo o que está ao seu alcance para garantir os melhores cuidados de saúde mas é mentira que custe o que custar, no sentido em que tenhamos os recursos ilimitados para suportar qualquer preço de mercado, isso não existe nem em Portugal nem em lado nenhum do mundo" (Pedro Manuel Mamede Passos Coelho - dixit)
Devo esclarecer que para mim, são tão terroristas os hirsutos de barba e turbante, como os de focinho escanhoado e gravata de seda! Ambos representam o que de pior a natureza humana pode suportar. Ponto!!!
Porém, entre o modo de enfrentar esta duas formas de terrorismo, parecendo haver semelhanças, que as há, há também uma diferença fundamental. É que em relação ao resgate das vítimas sequestradas pelo laboratório, com a sua postura de merceeiro imperturbável, o Estado apenas condena à morte os que não têm meios próprios para adquirir o medicamento que garante a cura numa elevadíssima percentagem de casos. Ou seja, neste caso o papel do Estado resume-se ao do avarento zarolho que não suporta pagar medicamentos para resgatar vidas, porque os recursos são limitados, mas que não ousa entraves ao salvamento da corja de banqueiros e quejandos que durante décadas assaltou o país, ou ao pagamento de rendas garantidas nas PPP’s, esquecendo por completo o seu elementar papel de cuidar e zelar pelo acesso de todos, sem excepção, à saúde.
Mas mesmo que possamos dar de barato que a postura do laboratório é inaceitável e o Estado não a deve tolerar, é bom não esquecer que neste caso salvar vidas não é incompatível com o combate a este tipo de terrorismo. Porque este tipo de terrorismo é resultado das consequências óbvias da liberalização de sectores fundamentais, nomeadamente o da saúde. Este terrorismo é alimentado pela privatização desenfreada do sistema de saúde e da investigação e produção científicas, os quais deveriam estar ao serviço de todos. Este é o resultado de tratar a saúde não como um direito, mas como uma mercadoria. Mesmo que agora o ministro nos venha dizer que o governo português conseguiu o melhor acordo que na Europa algum Estado fez com o repugnante laboratório. Porque entre o pedido de resgate e o acordo final, que continua a ser lesivo e obsceno, houve danos colaterais irreparáveis. E isso por si só é uma tragédia. Da responsabilidade do Estado, obviamente.



1 comentário:

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